Capa do livro: XICOTÉNCATL – ANÔNIMO – O primeiro romance histórico latino-americano

XICOTÉNCATL – ANÔNIMO – O primeiro romance histórico latino-americano

Autores: Gilmei Francisco Fleck (Tradução)

Xicoténcatl (1826) – romance mexicano de autoria anônima – conta a história do jovem guerreiro da tribo tlaxcalteca, Xicoténcatl, que conseguiu conceber o grande perigo que representavam os conquistadores espanhóis para a sua nação. Isso o levou a opor-se, terminantemente, a Hernán Cortés – líder dos soldados espanhóis – que buscava cruzar as terras de sua tribo, em direção a Tenochtitlán, capital do Império asteca e local de residência do Imperador, Moctezuma, a quem Cortés buscava subjugar. A existência desse jovem e as lutas travadas entre os guerreiros por ele liderados e os soldados espanhóis, aliados aos nativos já dominados pelo líder espanhol – Hernán Cortés –, constam dos registros históricos da Conquista do México. A trágica morte desse guerreiro e a consequente subjugação de seus seguidores abriram caminho à conquista espanhola não só de Tenochtitlán, mas de todo o Império asteca em 1519. O relato híbrido de história e ficção do autor anônimo expõe o dramático enfrentamento dessas forças e os resultados do embate entre elas.

A história da Literatura Latino-americana apresenta, no ano de 1816, durante a Guerra de Independência do México, a sua primeira obra no gênero romanesco – Periquillo Sarniento, de José Joaquín Fernández de Lizardi. Nesse mesmo contexto, em 1826, por obra anônima, temos a publicação de Xicoténcatl, o primeiro romance histórico escrito nesse território ainda colonizado à época. Ambas as obras são de inestimável valor histórico. Esta primeira tradução de Xicoténcatl (1826) ao português, oferece ao público leitor desse idioma a oportunidade de conhecer não apenas o conteúdo do cativante relato misto de história e ficção, mas, também, alguns dos aspectos relevantes da obra, por meio de estudos teóricos inseridos nesta edição. Tal produção do século XIX tem sua relevância não somente por ser o primeiro romance histórico escrito na América Latina, mas por ser o primeiro intenso enfrentamento de nossa literatura com o cânone europeu. Enquanto o romance histórico clássico scottiano celebrava, junto ao discurso hegemônico da historiografia, os grandes heróis do passado e seus feitos, a obra de autoria anônima rompe com essa tradição e apresenta um discurso impugnador das versões oficiais da Conquista do México. Desse modo, o romance anônimo não altera apenas a estrutura do romance histórico clássico scottiano – no qual o histórico era apenas pano de fundo para uma história de amor – mas relê o passado criticamente. Assim, Xicoténcatl (1826) torna-se o embrião de todas as releituras críticas da história pela ficção no contexto da América Latina. Ler, conhecer e discutir Xicoténcatl (1826) é uma preciosa via de descolonização para os sujeitos latino-americanos ainda em nossos dias.

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Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-65-5578-677-4
ISBN DIGITAL:978-65-5578-675-0
DOI: 10.24824/978655578677.4
Ano de edição: 2020
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 268
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1

XICOTÉNCATL – ANÔNIMO – O primeiro romance histórico latino-americano
GILMEI FRANCISCO FLECK
Pós-doutor em Literatura Comparada e Tradução, com bolsa da Capes, pela Universidade de Vigo/UVigo-Espanha. Mestre e Doutor em Letras pela Unesp, campus de Assis/SP. Atualmente, é Professor de Literaturas Hispânicas e Cultura Hispânica na graduação em Letras da Unioeste, campus de Cascavel. Atua também no Programa de Pós-Graduação acadêmico em Letras dessa instituição, na área de Literatura Comparada e Tradução, e no Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional-Profletras – na área de Literatura Infantil e Juvenil. Suas atuações dão ênfase aos estudos latino-americanos de Literatura Comparada, de Cultura Hispânica e à Tradução como vias de relação entre as diferentes culturas que conformam o universo híbrido e mestiço da América Latina. Nesse contexto, é especialista em estudo do romance histórico, escrita híbrida que ele considera, junto a sua leitura, umas das principais vias de descolonização para o cidadão latino-americano. É também coordenador do Programa de Extensão PELCA: Programa de Ensino de Literatura e Cultura – na instituição na qual atua como docente. Como pesquisador das diferentes modalidades de romances históricos, orienta dissertações e teses nessa área, pois considera essa produção literária como forma privilegiada de reler o passado e conceder aos excluídos dos registros oficiais o direito à voz e à exposição de múltiplas perspectivas dos eventos registrados pelo discurso historiográfico, ações que a liberdade artística confere aos romancistas. Na área da Tradução, busca dedicar-se aos estudos e à prática tradutória de obras relevantes da história da Literatura Latino-americana, em língua espanhola, ignoradas ou desconhecidas de grande parte da população brasileira. Nesse sentido, coordena um projeto de prática experimental de tradução literária – o Literatório –, espaço no qual obras literárias são estudadas em suas múltiplas dimensões e, após esse processo de conhecimento do objeto por parte do aprendiz, traduzidas ao português ou espanhol, inglês e alemão, segundo seja o caso e a relevância, sob orientação e trabalho coletivo. É líder do Grupo de Pesquisa “Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”, cadastrado no diretório de Grupos de Pesquisa Lattes – CNPq.