Capa do livro: O DIA EM QUE UM NGOLA DESCOBRIU PORTUGAL

O DIA EM QUE UM NGOLA DESCOBRIU PORTUGAL

Autores: João Portelinha D'Angola

João Portelinha, que já conhecemos de Crônicas de Risos e Lágrimas, no qual nos apresenta Angola com a familiaridade de quem sofreu as dores do parto da recentíssima liberdade, esclarecendo-nos quanto à influência angolana no constituir do Brasil, assesta agora, com O dia em que um ngola descobriu Portugal sua aguda visão para além-mar, fazendo, literariamente, duas pontes: uma geográfica, reconstituindo o período histórico que uniu firmemente África (particularmente Angola), Brasil e Portugal pelas cadeias da escravatura, e outra, esta uma ponte ideológica, fazendo o mesmo roteiro, em sentido inverso, na intencionalidade de uma vingança histórica.

 

João Portelinha, agora João Portelinha D’Angola, dá-nos a conhecer em O dia em que um ngola descobriu Portugal, o espírito guerreiro que o anima à incursão de revanche pelo domínio sofrido e, ao mesmo tempo, revela-nos a fineza do literato que, munido do recurso das letras e de acontecimentos históricos, reconstitui idealmente a história de seu próprio povo, o povo de Angola, de modo a vivenciar um novo desfecho.

 

Trata-se de um romance ficcional, ainda que completamente embasado em fatos históricos, palco no qual o Brasil entra como ator coadjuvante, berço que foi de Nganga Nzumba (o nosso brasileiríssimo Ganga Zumba) e continente do território de um povo que ousou levantar-se contra os grilhões da escravatura: Palmares. Apesar de coadjuvante, e palco das demonstrações do que havia de mais desumano e violento no período em pauta, encarna o Brasil o espírito libertário de Nganga Nzumba que, na também libertária pena de João Portelinha D’Angola, transcende as limitações de seu tempo e de sua condição de inimigo do reino para vencer e conquistar a terra mesma dos conquistadores de seu próprio povo.

 

O dia em que um ngola descobriu Portugal é muito mais que a ficção de um período histórico; é antes e, além disso, um grito de liberdade que ecoa por três continentes e que ainda hoje se faz necessário ser gritar e ser ouvido, pois se foram modificados os modos, os atores e as ferramentas de dominação, a dominação em si continua, já sem a rota específica da dor, como a tínhamos então, mas amplamente difundida na prática aviltante da exploração do ser humano, independentemente de sua condição social, cultura ou região de origem.

 

        Em suma, o que deveria ter morrido com o período da selvageria embasada no preconceito, medra com toda a pujança nos meios que nos parecem mais plenos de humanidade, explorando o homem nos seus vários aspectos: físico, emocional, mental, devocional. O grito de liberdade de Nganga Nzumba deixou, com O dia em que um ngola descobriu Portugal, seu nicho circunscrito no tempo para ganhar a dimensão global em que existimos, comprovando que o tempo passou, as condições de domínio político passaram, mas a dignidade humana continua a carecer de respeito e liberdade.

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Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-010-4
DOI: 10.24824/978858042010.4
Ano de edição: 2010
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 148
Formato do Livro: 15x21 cm
Número da edição:1

O DIA EM QUE UM NGOLA DESCOBRIU PORTUGAL

João Rodrigues Portelinha da Silva

Oficial superior das FAA, na reserva, antigo combatente do MPLA, pertenceu às das FAPLA, antes mesmo da Independência de Angola, nasceu na Caála, Huambo, Angola. Formado em Direito pela Universidade Antônio Agostinho Neto em Angola (primeira turma formada pós-independência), Ciências Políticas pelo Instituto Wilhelm Pieck, Berlim, Alemanha. Mestrado em Filosofia do Direito pela Academia de Ciências Sociais, Sófia, Bulgária. Doutorado em Sociologia do Estado e Sociedade pela UnB - Universidade Nacional de Brasília, Brasil.

 

Pós-Doutorando em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi pesquisador do Centro de Estudos dos Direitos Costumeiros, anexo à reitoria da Universidade Agostinho Neto, chefe do ATM do Governo Provincial do Huambo, diretor Jurídico do Comissariado Provincial do Huambo, docente da Escola Nac. do Partido, chefe de Cátedra de Ciências Sociais da Pré-Academia Militar do Huambo. Foi nomeado diretor das Academias Militares das FAA, presidente da UEA no Brasil, coordenador e instalador do Curso de Direito da Ulbra - Palmas, Brasil. Coordenador do Curso de Direito da UFT - Palmas, Brasil. Participou ativamente no movimento para a federalização da UNITINS, hoje UFT.

 

Coordenador e instalador do Curso de Direito da Serra do Carmo – Palmas, Brasil. Coordenador do Curso de Pós-graduação em Direito Ambiental do Pólo de Tocantins, presidente da Associação dos Naturais e Amigos da África em Palmas, Brasil. É membro da Associação dos Naturais e Amigos de Angola no Brasil, presidente da Academia Palmense de Letras, membro do Conselho Municipal da Cultura de Palmas e dos Escritores do DF. É co-fundador da Associação dos Advogados de Tocantins. Vice-secretário da OAB seccional de Tocantins para o Ensino Jurídico. Tem colaborado com diversos jornais como colunista e ensaísta: Jornal do Tocantins, colunista do Correio do Tocantins: “Vozes Populares”, Jornal de Angola e tem uma coluna “Palmensis Mirabilis” no Jornal O Estado, Palmas, Tocantins. Têm vários livros e ensaios publicados de Literatura, Direito, Ciência Política, História e Sociologia Jurídica.

 

Tem atuado, também, como analista político em programas na TV e jornais locais e nacionais. O autor e sua obra são citados em vários dicionários bibliográficos do Tocantins e do Brasil, como por exemplo, o Dicionário Biobibliográfico do Tocantins de Mário Ribeiro Martins. Suas obras já foram objetos de teses, monografias e apresentados em Congressos Científicos de Universidades, como por exemplo, o trabalho apresentado pela Professora pós-doutora Ilda Magalhães no I Congresso Cientifico da UFT – Tocantins, autor livros: “Crônicas de risos e lágrimas – Sentir a Terra nas Vozes Populares” e “História de uma Família Angolana” (autobiográfico). “O Dia que um Ngola descobriu Portugal”, é o seu primeiro romance e, no prelo, mais dois, sobre Dom Afonso I, rei do Congo e seu filho Dom Henrique, o primeiro bispo negro da história universal e, outro, intitulado Diálogos após a Morte, que versará sobre três líderes angolanos que depois de falecidos, do além, farão um “balanço” minucioso de suas atuações em vida e sobre atual situação em Angola.