Capa do livro: CONHECER E TRANSFORMAR<br>Pesquisa-ação e pesquisa participante em diálogo internacional

CONHECER E TRANSFORMAR
Pesquisa-ação e pesquisa participante em diálogo internacional

Autores: Danilo Streck, Emil A. Sobottka, Edla Eggert.

Os profissionais da pesquisa social, preocupados com a qualificação de seu trabalho, sentem-se cada vez mais desafiados a explicitar a sua opção epistemológica e metodológica, o que vem produzindo um razoável número de publicações voltadas à metodologia de pesquisa. Em sua trajetória histórica, a pesquisa ação e a pesquisa participante têm um lugar de destaque na busca de alternativas metodológicas, muitas vezes confrontando parâmetros teóricos e práticos das metodologias clássicas. O objetivo deste livro é contribuir com subsídios de experiências de pesquisadores identificados com essa proposta metodológica que, dentro da diversidade de perspectivas, apresenta também importantes convergências.

A pesquisa ação tem a sua origem marcada pela inserção nas lutas sociais. No começo encontra-se a figura de Kurt Lewin, um psicólogo social judeu alemão, que migrou para os Estados Unidos em função da perseguição nazista e que tinha como pressuposto a construção de uma sociedade democrática. No artigo “Action Research and the Minority Problems”, de 1946, no qual o conceito pesquisa ação aparece pela primeira vez, ele escreve que “do ponto de vista social não basta que as organizações universitárias produzam novos insights científicos. Será necessário que instalem procedimentos de apreensão de fatos, olhos e ouvidos sociais dentro mesmo dos organismos sociais atuantes.”

Nos anos 1960 e 1970 a pesquisa ação teve uma grande repercussão na Europa, sendo vista como um instrumento de transformação social dos movimentos que nesse período desafiaram a sociedade a se repensar em termos de relações entre gêneros, entre gerações, entre empregadores e empregados, entre professores e estudantes, e pais e filhos. Nesse período, por exemplo, a pesquisa ação serviu de base para o desenvolvimento de uma proposta de metodologia feminista de pesquisa, incorporando elementos da pesquisa participante latino-americana, mas ao mesmo tempo indo além no sentido de valorizar a história de vida das mulheres. No mundo do trabalho serviu para o fortalecimento dos sindicatos e suas conquistas de direitos trabalhistas. Educadores da linha progressista viam na pesquisa ação uma ferramenta para ajudar mudar a cara da escola e ao mesmo tempo inserir a dimensão pedagógica nos processos emancipatórios.

As tradições na América Latina têm as suas fontes principais em Orlando Fals Borda, sociólogo colombiano, e Paulo Freire, educador brasileiro. O projeto de alfabetização de Paulo Freire iniciava com um processo de investigação temática da realidade, que não era apenas interdisciplinar em termos acadêmicos, mas também participativo em termos do envolvimento das pessoas das comunidades. Orlando Fals Borda pleiteava a construção de conhecimentos a partir das comunidades e com elas, chegando, no limite, a constituir-se numa ciência popular. Outras fontes foram integradas, de Karl Marx a Martin Buber, de Carl Rogers à cultura popular, conjugando a dimensão política com a interpessoal, a dimensão social com a econômica.

É importante ressaltar que embora a pesquisa ação e a pesquisa participante tenham se desenvolvido de forma paralela houve desde o início afinidades e tentativas de diálogo. O simpósio de Porto Alegre, no qual se origina este livro, se insere nessa trajetória de busca conjunta de consolidação de uma prática de pesquisa que procura ir além da aplicação ou transferência de resultados, mas ser um instrumento de transformação da prática e do mundo dos participantes, pelos e com os participantes. 

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Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-934-3
DOI: 10.24824/978858042934.3
Ano de edição: 2014
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 370
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1

CONHECER E TRANSFORMAR<br>Pesquisa-ação e pesquisa participante em diálogo internacional

Alejandra Eli Garcimarrero Espino

Licenciada em Psicologia, Mestre em Desenvolvimento Humano, Doutora em Educação com tese sobre Violência Simbólica na Educação. Atualmente é catedrática da Faculdade de Medicina Xalapa na Universidade Veracruzana.

Alfonso Torres Carrillo

Educador popular e investigador social colombiano. Licenciado en Ciencias Sociales, Magíster en Historia y Doctor en Estudios Latinoamericanos. Docente e investigador del Departamento de Ciencias Sociales de la Universidad Pedagógica Nacional.

Carlos Rodrigues Brandão

Antropólogo e professor universitário. Desde 1963 integra o movimento de educação popular e até hoje continua vinculado a estudos e ações de pesquisa e assessoria neste campo. É autor de livros sobre antropologia, educação e pesquisa participante.

Catarina Malheiros da Silva

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade de Brasília e bolsista da CAPES. Mestre em Educação pela Universidade de Brasília (bolsista da FAPESB).

Cheron Zanini Moretti

Doutoranda em Educação pela UNISINOS e bolsista CNPq. Mestre em Educação e Licenciada em História pela mesma universidade. Está vinculada ao grupo de pesquisa “Mediações Pedagógicas e Cidadania”, pesquisando temas relacionados a Educação Popular, movimentos sociais, colonialidade do conhecimento e a insurgência como um princípio educativo na pedagogia latino-americana.

Daisy Moreira Cunha

Doutora em Filosofia pela Universidade de Provence – França. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Conhecimento e Inclusão Social. Co-coordenadora do Projeto Conexões de Trabalho em Energia.

Danilo R. Streck

 Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISINOS (Universidade do Vale do Rio dos Sinos-RS, Brasil). Coordenador do grupo de pesquisa “Mediações Pedagógicas e Cidadania” e editor do International Journal of Action Research.

Edla Eggert

Doutora em Teologia e Mestre em Educação. Coordenadora do PPGEdu Unisinos 2010-2013, bolsista produtividade nível 2, Editora da Revista Unisinos 2006-2010. Autora de artigos científicos e dos livros Educação Popular e teologia das margens (2003) e Narrar Processos: tramas da violência doméstica e possibilidades para a Educação (2009).

Co-organizadora, entre outros, dos livros: As mulheres e a filosofia (2002); Dizer a palavra: educação cidadã, pesquisa participante, Orçamento Participativo (2005); Processos educativos no fazer artesanal de Mulheres do Rio Grande do Sul (2011).

Elza Maria Fonseca Falkembach

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Unijuí – Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul, onde atua na linha de pesquisa Educação Popular em Movimentos e Organizações Sociais. É mestre em Sociologia Rural pela UFRGS e doutora em Ciências Humanas pela UFSC. Integra o Programa Latinoamericano de Apoyo a la Sistematización de Experiencias – CEAAL e a Rede de Educadores Populares da Enfoc – Escola Nacional de Formação da Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. Seu trabalho com educação popular e sistematização de práticas sociais junto a escolas, movimentos sociais, ONGs, sindicatos e órgãos públicos tem motivado suas produções teóricas e publicações.

Emil A. Sobottka

Sociólogo e cientista político pela Universidade de Münster, fez estágios pós-doutorais com Claus Offe, Hauke Brunkhorst e Axel Honneth. Professor na Pontifícia Universidade Católida do Rio Grande do Sul e pesquisador no CNPq. Coordena o grupo de pesquisa Emancipação e Cidadania, no CNPq. Áreas de pesquisa: teoria social, políticas públicas, direitos de Cidadania e movimentos sociais.

Gerhard Riemann

Sociólogo e professor de Serviço Social na Faculdade de Ciências Sociais do Instituto de Tecnologia Georg Simon Ohm, Nüremberg (Alemanha). Seus campos de especialização são a pesquisa biográfica, a etnografia e a análise de trabalho profissional. Presidiu a Comissão de Pesquisa Biográfica da Associação Alemã de Sociologia de 2009 a 2011.

Janette Brunstein

Graduada em Pedagogia, Mestre e Doutora pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Atualmente é Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Trabalha com os seguintes temas de interesse: desenvolvimento de competências, competências político-societais, educação para a sustentabilidade nas escolas de administração, aprendizagem social para a sustentaiblidade, metodologias qualitativas de pesquisa.

José Luiz Fazzi

Doutor em Educação pela FAE/UFMG, Assessor de Formação do Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores da Indústria Energética de Minas Gerais SINDIELETRO-MG. Co-coordenador do Projeto Conexões Energia.

Lúcio Santos Parrela

Sociólogo, Diretor do Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores da Indústria Energética de Minas Gerais SINDIELETRO-MG. Co-coordenador do Projeto Conexões de Trabalho em Energia.

Luis Rodríguez Gabarrón

Doutor em Psicologia e Epistemologia pela Universidade Autônoma de Barcelona, Bellaterra (1992). Pós-doutorado em Etnopsicanálise e Pesquisa Participante pela Universidade Central de Barcelona (2004-2005). Atualmente é pesquisador do Instituto de Pesquisas Psicológicas da Universidade Veracruzana e catedrático do curso Psicanálise e Religião na Faculdade de Psicologia da mesma Universidade.

Marcos Bidart-Novaes

Doutor em Administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie na área de Estudos de Gestão Humana e Social em Organizações, foco em Desenvolvimento de Competências para a Sustentabilidade. Mestre em Administração pela Universidade de São Caetano do Sul na área de Estudos de Gestão da Regionalidade, foco em Cooperativismo Popular, Empreendedorismo Social e Desenvolvimento Local. Graduado em Administração pela Escola de Negócios Trevisan.

 Maria Amélia do Rosário Santoro Franco

 Pós-Doutora em Pedagogia (2011); Doutora em Educação pela USP (2001); Mestre em Psicologia da Educação pela PUC-SP (1996); Licenciada em Pedagogia pela PUCCAMP (1968). É pesquisadora 2 do CNPq; pesquisadora do GEPEFE (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação do Educador) na USP e pesquisadora na Universidade Católica de Santos. É coordenadora de publicação na Cortez Editora e Livraria, coordenando a série Saberes Pedagógicos. Trabalha há 40 anos com a formação de professores a partir dos seguintes recortes: a cientificidade da Pedagogia; modelos colaborativos (formativos) de investigação educacional; epistemologia da prática pedagógica e da prática docente. Coordena o projeto Observatório da Prática Docente (financiado pelo CNPq), onde investiga processos colaborativos de pesquisa-ação e suas possibilidades na compreensão/transformação da prática docente. Tem vários livros publicados entre eles: Pedagogia como Ciência da Educação e Pedagogia e prática docente, ambos da Cortez Editores.

Maria Ozanira da Silva e Silva

Doutora em Serviço Social; professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão; coordenadora do Grupo de Avaliação e Estudo da Pobreza e de Políticas Direcionadas à Pobreza (GAEPP: ) da mesma Universidade e pesquisadora nível IA do CNPq.

Mariana de Castro Moreira

Formada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre e doutoranda em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/UFRJ). Professora e pesquisadora nas áreas de psicologia social e comunidades: saúde e educação, desenvolvimento social e meio ambiente. Atualmente é Secretária Executiva da ONG Espaço Compartilharte.

Marianne Kristiansen

Associate professor, Ph.D., Department of Communication and Psychology, Aalborg University Copenhagen; . Member of the Editorial Committee of the International Journal of Action Research; member of the research group of Dialogic Communication: . Professional fields of interest: dialogic organizational action research, collaborative research, dialogue theory, interpersonal organizational communication.

Maurício Dwek

Engenheiro de materiais pela Escola Politécnica da USP, engenheiro químico pela Ecole Nationale Supérieure de Chimie de Lille e mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ. Trabalhou na Coordenação de Integração Acadêmica do Centro de Tecnologia da UFRJ em projetos de divulgação científica e engenharia para o desenvolvimento social.

Michel Thiollent

Doutor em Sociologia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da UNIGRANRIO. Ex-professor, aposentado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro Autor de vários livros sobre pesquisa-ação.

Telmo Adams

Doutor em Educação e professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); Linha de Pesquisa: Educação, Desenvolvimento e Tecnologias. Membro do Grupo de Pesquisa Mediação Pedagógica e Cidadania. Atua em temáticas como educação popular, economia solidária, educação de jovens e adultos, fontes do pensamento educacional, educação socioambiental, mediações pedagógicas em espaços não formais.

Werner Fricke

Estudos em Economia e Sociologia em diversas universidades na Alemanha. Doutor em Ciência Política pela Universidade de Münster (1978); em 1996 atuou como professor honorário da Universidade de Bremen; de 2001 a 2009 foi editor chefe do International Journal of Action Research e do periódico que o precedeu, Concepts and Transformation. Atualmente é coeditor deste periódico.

Wivian Weller

Doutora em Sociologia pela Freie Universität Berlin, Alemanha. Professora do Departamento de Teoria e Fundamentos e do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e coordenadora do GERAJU – Grupo de Pesquisa em Educação e Políticas Públicas: Gênero, Raça/Etnia e Juventude: .